Dia da Energia luz solar pode ajudar a democratizar acesso à energia elétrica
Neste 29 de maio, o Dia Mundial da Energia, é preciso chamar atenção para a necessidade de universalizar o acesso à energia e garantir qualidade no abastecimento. Dados do IBGE, revelam que 1 milhão de domicílios ainda não tem acesso à energia elétrica.
Para transformar essa realidade e levar iluminação às pessoas que mais precisam, a Associação Pisco de Luz desenvolveu um sistema de energia solar de baixo custo.
Até o momento, já foram atendidas 135 famílias que vivem em comunidades quilombolas, localizadas em áreas isoladas do interior do Goiás e Tocantins.
Por ser uma área de difícil acesso, a região nunca recebeu uma rede de energia elétrica. Gerações de famílias vivem a base de lamparinas e, em melhores condições, com lanternas.
O objetivo da Pisco de Luz é permitir que pessoas mais vulneráveis possam ter luz em casa de forma segura e acessível, conforme explica o presidente da Associação, André Viegas. “O intuito é realmente retirar as lamparinas, melhorar a saúde e dar mais qualidade de vida para as pessoas”.
As lamparinas são a base de óleo diesel. A queima dessa substância é prejudicial para a saúde. Pode provocar doenças na visão, como catarata, além de problemas pulmonares. Há também o risco de incêndio nas casas.
Dia da Energia
O sistema
Cada kit Pisco de Luz instalado nas casas é composto por uma placa que capta a luminosidade, um módulo para transformar a luz em energia, bateria, fiação e lâmpadas de led. Os componentes de baixo custo permitem que casas sejam iluminadas, dispensando o uso de lamparinas.
A tecnologia utilizada é uma das mais avançadas. Dessa forma, mesmo durante a chuva, se o céu estiver claro, a bateria é carregada e com menos de duras horas é possível ter iluminação por até 5 noites.
Energia solar fotovoltaica
Conforme o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7 da Organização das Nações Unidas, os países têm até 2030 para “Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”. Uma das maneiras de se alcançar essa meta é por meio do investimento em energia solar – fonte de baixo custo e que não emite poluentes.
De acordo com o professor da Universidade de Santa Catarina, Ricardo Ruther, que coordena um grupo de pesquisa estratégica em energia solar, o Brasil tem potencial ainda pouco explorado. “De norte a sul você tem muita energia solar.
Aqui essa capital Florianópolis é onde tem menos sol de todas as capitais e ainda sim nós temos 40% mais radiação solar do que na Alemanha, que é onde essa tecnologia começou a se desenvolver fortemente na década de 1990”.
O professor ressalta ainda que com investimento na atividade solar, o país poderá diversificar a matriz energética e ter mais segurança quando se trata do abastecimento da população.
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“A gente tinha uma matriz muito dependente de geração hidrelétrica. É por isso que quando baixam os níveis do reservatório, somos obrigados a operar usina termelétrica a gás natural.
Isso influencia no preço e nas bandeiras tarifárias, que são amarela e a vermelha. Então essa é a necessidade de ter matriz elétrica mais diversificada”.
Segundo a Agência Nacional (Aneel), da capacidade total instalada de energia em operação, 59,18% é proveniente de Usina Hidrelétricas, 25,52% de Usinas Termelétricas, 8,96% de Energia Eólica, 3,08% de Pequena Central Elétrica, 1,66% de Energia Solar Fotovoltaica, 1,14% de Energia Termonuclear e 0,46% de Centrais Geradoras Elétricas.
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Pisco de Luz
Com a atuação, a Pisco de Luz ajuda na concretização do ODS 7. Por ser uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, a Associação Pisco de Luz depende da colaboração das pessoas e de empresas para arrecadar recursos e produzir novos sistemas.