Campanha Nacional de Vacinação  - Cultura Alternativa

Dia Nacional da Vacinação

Dia Nacional da Vacinação

Manter a imunização em dia é fundamental para diminuir e mesmo erradicar doenças que afetam a população

Dia Nacional da Vacinação: Proteção Coletiva e o Desafio Atual de Manter a Imunização em Dia

A vacinação é uma das principais conquistas da saúde pública moderna, responsável por salvar milhões de vidas ao longo das últimas décadas.

No Brasil, o Dia Nacional da Vacinação, celebrado em 17 de outubro, é uma oportunidade para reforçar a importância de manter a carteira de vacinação atualizada e lembrar que a imunização vai muito além da proteção individual — ela é um ato de responsabilidade coletiva.

Apesar dos avanços, o país enfrenta desafios significativos, como a queda nas taxas de cobertura vacinal, exigindo uma reflexão sobre o papel de cada um na manutenção dessa proteção.

Vacinação: Um Pilar da Saúde Pública

Desde a introdução das primeiras vacinas, há mais de 200 anos, a imunização tem desempenhado um papel fundamental na erradicação de doenças como a varíola e no controle de outras, como a poliomielite e o sarampo.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi criado no Brasil em 1973 e, desde então, tem sido responsável pela ampla distribuição de vacinas e pela implementação de campanhas de vacinação massivas.

O resultado? O país eliminou doenças que, em décadas passadas, causavam alta mortalidade e incapacidade, como o tétano neonatal e a rubéola congênita  .

No entanto, para que esses avanços sejam mantidos, é necessário garantir que a população continue aderindo aos calendários de vacinação. A proteção oferecida pelas vacinas depende de uma cobertura vacinal elevada — geralmente acima de 90% —, o que permite a criação da chamada imunidade de rebanho, que protege também aqueles que não podem ser vacinados, como pessoas com condições de saúde específicas.

O Desafio das Baixas Coberturas Vacinais no Brasil

Apesar da reconhecida eficiência do sistema de vacinação brasileiro, nos últimos anos tem-se observado uma preocupante queda nas taxas de vacinação.

Por exemplo, em 2022, a cobertura da vacina contra a poliomielite foi de apenas 65%, bem abaixo da meta ideal de 95% . Esse cenário expõe o país ao risco de reintrodução de doenças que já estavam eliminadas, como a paralisia infantil.

O último caso registrado de poliomielite no Brasil foi em 1989, mas enquanto houver bolsões de não vacinados, há o risco de reintrodução do vírus, principalmente com a circulação de pessoas vindas de regiões onde a doença ainda é endêmica.

Um dos fatores que contribuem para essa queda é a desinformação. A disseminação de fake news, principalmente nas redes sociais, gera medo e dúvidas sobre a segurança das vacinas.

Além disso, a pandemia da COVID-19 trouxe novos desafios logísticos e de comunicação, que impactaram as campanhas de vacinação de rotina.

Especialistas têm alertado que o combate à desinformação é tão importante quanto a própria oferta de vacinas. Campanhas educativas e uma comunicação clara sobre a segurança dos imunizantes são estratégias essenciais para reconquistar a confiança da população.

Vacinação Contra a COVID-19: Um Exemplo Recente de Sucesso

A pandemia de COVID-19 mostrou o quanto a vacinação é essencial para enfrentar crises sanitárias. Em tempo recorde, cientistas desenvolveram vacinas que reduziram significativamente o número de mortes e hospitalizações.

No Brasil, a campanha de vacinação contra o coronavírus foi uma das maiores já realizadas, alcançando milhões de pessoas em todo o território nacional. Atualmente, a vacinação contra a COVID-19 continua, com doses de reforço sendo aplicadas para garantir uma proteção duradoura contra o vírus e suas variantes .

Ainda assim, as taxas de adesão à dose de reforço mostram uma certa resistência, especialmente em grupos mais jovens. Para especialistas, isso se deve à falsa sensação de segurança, após o controle parcial da pandemia, e à crença equivocada de que a imunidade obtida com a infecção é suficiente.

No entanto, a ciência comprova que a vacinação continua sendo a melhor forma de garantir proteção eficaz e segura contra a COVID-19.

A Responsabilidade de Manter a Caderneta Atualizada

Manter a caderneta de vacinação atualizada não é apenas uma questão de saúde individual, mas também de segurança coletiva. O Brasil tem um dos sistemas mais completos de imunização gratuita no mundo, oferecendo 19 vacinas que protegem contra mais de 20 doenças diferentes. Essas vacinas estão disponíveis em mais de 40 mil postos de saúde espalhados pelo país, acessíveis para todas as faixas etárias.

Além das vacinas obrigatórias na infância, como as contra tuberculose, difteria, coqueluche e sarampo, há imunizações recomendadas ao longo de toda a vida, como contra a gripe e o HPV.

Em especial, o Calendário Nacional de Vacinação garante também vacinas específicas para grupos vulneráveis, como portadores de doenças crônicas e idosos .

Dia Nacional da Vacinação

Conclusão: Um Compromisso com a Saúde Coletiva

O Dia Nacional da Vacinação é um lembrete anual da importância de manter a imunização em dia. Ao vacinarmos, protegemos não apenas a nossa saúde, mas contribuímos para a saúde de toda a comunidade.

Diante dos desafios atuais, como a desinformação e a queda nas coberturas vacinais, é fundamental que a população e o governo trabalhem juntos para garantir que as conquistas alcançadas não sejam perdidas.

Verificar sua caderneta de vacinação e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo é um pequeno gesto com um impacto gigantesco. Vacinar-se é um ato de solidariedade e responsabilidade social.

Agnes ADUSUMILLI

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