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Superendividamento no Brasil

Superendividamento no Brasil

Desafios e Estratégias para a Saúde Financeira das Famílias

O endividamento das famílias brasileiras atingiu níveis preocupantes nos últimos anos. 

Em abril de 2024, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que 78,5% das famílias possuíam algum tipo de dívida, marcando o segundo mês consecutivo de aumento e superando os 78,3% registrados em abril de 2023. 

Esse cenário reflete uma maior demanda por crédito, impulsionada pela redução das taxas de juros e pelo aumento da oferta de crédito. 

O saldo das operações de crédito para pessoas físicas cresceu 0,8% em abril de 2024, com um aumento acumulado de 8,9% nos últimos 12 meses, conforme dados do Banco Central. 

Superendividamento no Brasil

Embora o endividamento possa ser uma ferramenta financeira útil quando bem administrado, o superendividamento — situação em que as dívidas comprometem as necessidades básicas do indivíduo — tornou-se uma preocupação crescente. 

Para enfrentar esse desafio, foi sancionada em julho de 2021 a Lei nº 14.181, conhecida como Lei do Superendividamento, que altera o Código de Defesa do Consumidor e estabelece medidas para prevenir e tratar o superendividamento. 

A lei introduziu mecanismos como a renegociação em bloco das dívidas, permitindo que consumidores superendividados solicitem a conciliação com todos os credores para elaborar um plano de pagamento que respeite o mínimo existencial — valor necessário para uma vida digna, cobrindo despesas básicas como alimentação, moradia, saúde, educação e transporte. 

Além disso, programas governamentais como o “Desenrola Brasil” foram implementados para auxiliar na renegociação de dívidas de pessoas físicas inadimplentes, visando reduzir o superendividamento e facilitar o acesso ao crédito. 

Em março de 2024, o governo federal prorrogou a oferta do programa até 20 de maio de 2024, devido ao seu sucesso inicial. 

Para evitar o superendividamento, especialistas recomendam:

Controle financeiro rigoroso: Planejar e categorizar despesas e receitas, incluindo gastos anuais como seguros e impostos, para evitar surpresas no orçamento.

Reserva de emergência: Manter uma reserva financeira que cubra, no mínimo, seis meses de despesas mensais, investida em aplicações de fácil acesso e preferencialmente indexadas à inflação.

Educação financeira: Buscar conhecimento sobre finanças pessoais para tomar decisões informadas e evitar armadilhas do crédito fácil.

Superendividamento no Brasil

O superendividamento não afeta apenas a economia, mas também a saúde mental dos indivíduos, podendo levar a estresse, ansiedade e depressão. 

Portanto, é fundamental que consumidores busquem ajuda profissional ao identificar sinais de endividamento excessivo e que políticas públicas continuem a ser desenvolvidas para apoiar a saúde financeira das famílias brasileiras.

Anand Rao e Agnes Adusumilli

Editores Chefes

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