Para cada tipo de queijo, um tipo de vinho
As harmonizações sugeridas permitem desfrutar do que há de melhor nesta dupla cheia de história
Não há combinação mais fácil, saborosa e elegante do que queijos e vinhos. Os dois produtos têm muitas afinidades, portanto não é à toa que essa harmonização faz tanto sucesso.
Para começar, ambos são alimentos milenares e repleto de mistérios. Não é possível definir a data exata de suas origens, muito menos que os criou e sequer o local exato onde começaram a ser produzidos.
Alguns dos mais tradicionais produtores de vinho são também exímios produtores de queijo. É o caso da França e até mesmo do Brasil, que tem no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais uma rica história com os itens.
As semelhanças não param por aí. Os melhores produtos passam por um processo de produção bastante complexo de produção, embora haja também fabricação artesanal em todas as partes do mundo.
Com tantas afinidades, não faltam motivos para se jogar na tentação de fazer uma noite de queijos e vinhos na sua própria casa.
Porém, por se tratarem de alimentos e bebidas complexas e de sabores variados, pensar em como extrair as sensações mais agradáveis que eles causam é uma maneira muito interessante de prová-los.
Para cada tipo de queijo, um tipo de vinho
Algumas combinações já consolidadas são ideais para surpreender os nossos sentidos. Conheça quais são elas:
Queijos azuis + vinho licoroso
Os chamados queijos azuis, como o roquefort e o gorgonzola, são queijos mais picantes em que o fungo responsável pelo sabor está mais ressaltado. Além do gosto forte, eles têm uma textura macia e consistência quebradiça.
Os queijos azuis não costumam agradar a todos os paladares por serem marcante demais. Porém, a harmonização correta pode fazer com que mais pessoas apreciem as iguarias.
Para que não ocorra uma briga no paladar, escolha um vinho que permita equilibrar o salgado do alimento com a doçura de um vinho. Neste caso, um vinho licoroso, como um Porto, cai muito bem.
Queijos frescos + vinhos leves e delicados
Os queijos frescos são aqueles com pouco ou nenhum tempo de maturação, consumidos logo após sua fabricação.
Embora haja uma ampla variedade, eles possuem características em comum: são macios, úmidos e cremosos. É possível perceber o leite em suas notas de sabor.
O queijo minas frescal, popular no café da manhã brasileiro, também vai muito bem para uma noite temática. Basta harmonizar a sua acidez pronunciada com um vinho delicado como o Sauvignong Blanc ou os brancos portugueses.
Se optar pelo grego feta, que é obtido a partir de leite de cabra ou ovelha e um pouco mais salgado, também será preciso combinar com uma bebida que contenha menos álcool e taninos e maior acidez. Neste caso, os brancos também são ideais. A recomendação é um Chardonnay ou Riesling.
Burrata significa “amanteigado” e este queijo originário do sul da Itália faz jus ao nome. Essa deliciosa mistura pastosa de mozzarella com creme de leite pode ser melhor degustada com os tintos italianos da mesma região em que nasceu, como o Primitivo di Manduria, que são menos populares por aqui.
A alternativa é optar pelas bebidas leves e delicadas facilmente encontradas por aqui, como o vinho verde, o Pinot Grigio e o espumante Moscatel.
Para cada tipo de queijo, um tipo de vinho
Queijos semimoles + vinhos de notas frutadas
Essa categoria de queijos é representada por exemplares de textura consistente com formação de bolhas em seu processo de maturação e sabor levemente adocicado e picante.
São exemplos de queijos semiduros os europeus emmental, gruyère e gouda.
Bebidas com sabor mais persistente são as mais adequadas para os queijos citados, portanto, a aposta é no vinho tinto seco. Dê preferência aos vinhos de notas frutadas ou de castanhas e nozes, e nuances amadeiradas, como o Merlot e o Grenache.
Se o exemplar que você adquiriu for mais picante e salgado, outra opção é contrastar o sabor forte com um vinho branco Riesling ou Chardonnay, além de rosés e espumantes demi-sec, mais leves e delicados.
Queijos duros + vinhos encorpados
Queijos duros são aqueles que passaram por um longo período de maturação, resultando em aromas e sabores mais complexos e acentuados, em que o doce, o salgado e a acidez se misturam.
O queijo duro mais famoso é o parmesão, mas fazem parte da categoria também o grana e o pecorino, todos de origem italiana.
É preciso que o vinho seja encorpado para enfrentar a riqueza dos queijos, e é neste caso que os tintos entram em cena.
O vinho clássico italiano Chianti vai muito bem com estes queijos. Porém, eles também podem ser consumidos com um Zinfandel californiano e o espanhol Jerez. Os franceses Bordeaux e Champagne também harmonizam muito bem com os queijos duros.
As harmonizações são apenas sugestões garantidas que têm potencial de agradar os mais variados paladares. No entanto, em casa, é possível experimentar novidades e descobrir combinações surpreendentes com os vinhos que você já tem na sua adega.