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Dia Internacional do Homem

Dia Internacional do Homem: O conceito psicológico da masculinidade


19 de novembro – Dia Internacional do Homem

O machismo não afeta apenas as mulheres, mas, também, aos homens

Deixar de abraçar quem gosta, esconder seus sentimentos, não chorar ou não falar que ama um amigo são algumas das ideias que foram reforçadas aos homens por muito tempo.

Desde muito cedo se aprende que quem não segue as “regras da masculinidade” é visto como “menos homem” e é associado à feminilidade.

A presença dos homens em filmes e desenhos animados é, geralmente, a do protagonista, fortalecendo ainda mais aos garotos que o domínio e a superioridade é o que eles devem buscar.

Ainda que essa masculinidade seja imposta desde sempre, não são todos que podem se identificar com esses personagens. Haja vista que, essa narrativa valoriza, geralmente, homens brancos, heterossexuais e com condição econômica favorável.

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Nas palavras do psicólogo Alessandro Scaranto, “entender a maneira como os meninos são criados faz toda a diferença para compreender o porquê um homem pode possuir tendências machistas e não qualificar os seus próprios sentimentos. Trata-se de um contexto psicológico que aparece na clínica inúmeras vezes.”

Em geral, por se ter uma criação de maneira inadequada, estimulando o machismo, os meninos entendem que devem se calar quando se trata de sentimento.

Com isso, o homem adulto tem dificuldade em se expressar, gerando um comportamento violento quando vivenciam momentos de tristeza, raiva, medo ou insegurança.

Ou seja, a agressividade acaba se tornando uma fuga para aqueles que não conseguem se manifestar. “O ‘músculo’ e a violência simbolizam todos esses sentimentos e as emoções que estão naufragadas dentro de cada um” – afirma Scaranto.

A violência na sociedade atual tem como um dos seus pilares o machismo uma masculinidade tóxica e frágil que atinge principalmente e diretamente as mulheres, podendo levar a vários tipos de violência (física, psicológica, moral, patrimonial etc.) e em casos extremos, ao feminicídio.

Todavia, tal conduta afeta os próprios que executam, isso porque, de acordo com os dados do Atlas da Violência, os homens são os que mais matam, morrem e se suicidam.

“A pressão para que o homem seja sempre onipotente, onipresente, não falhe e não demonstre os seus sentimentos é enorme e leva a condições extremas e perigosas.” – alerta o psicólogo.

“os homens têm muita resistência para buscar ajuda para cuidar da sua saúde mental porque, segundo muitos, quem busca pelos psicólogos é uma ‘pessoa fraca e quem vai de encontro a seus maiores medos e questões a serem elaboradas é o verdadeiro ‘forte'” – pontua Scaranto.

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Em vista disso, buscar apoio para resolver essas questões e se autoconhecer é necessário.

Mesmo que na geração atual existam debates para não contribuir com o machismo e, em comparação à geração anterior, esse problema já não seja mais tão reforçado, ele ainda existe.

O acompanhamento psicológico pode auxiliar no entendimento de que o homem não precisa ser agressivo para obter respeito e, muito menos, acreditar que aquele que chora é “menos homem” e não será compreendido como uma pessoa singular e única dentro da sociedade.

“É muito importante construir uma sociedade aberta a debates sobre essa questão e entender, também, que homens podem sofrem dentro desse padrão de conduta imposto que precisa ser sempre desconstruído para uma sociedade mais igualitária e saudável, dessa toxicidade masculina”, finaliza Alessandro Scaranto.

@scaranto_psicologia

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